POETIFICANDO TODES AS POESIAS, TODXS AS LITERATURAS E TODES A VIADXS DO BRASIL BELO E INCULTO

Deixemos de lado essas frecurexs e vamos falar de poesia. Vamos falar dessa pedra no meio caminho e do poeta Carlos Drummond de Andrade. De sua poesia “No Meio do Caminho”.

Como essa poesia foi lida até os dias de hoje, antes da criação da viadexs dos pronomes neutros.

Carlos Drummond de Andrade.
(No meio do Caminho)

No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.”

Acontece que, vagueando sem destino pelas ruas da cidade e, No meio do caminho tinha uma vidente tinha uma vidente no meio do caminho tinha uma vidente no meio do caminho tinha uma vidente, inculta e bela que pressagiou o despetalar da última flor do lácio. Surpreso indaguei: Quê? E depois, como vai ficar?

Neutralidade total. Respondeu a bela.

Tudo, até poesia? Voltei a indagar.

Sim! E ela continuou. Antes da criação da viadexs dos pronomes neutros era uma coisa. No futuro, quando essa bichicxs já tiver sido implantada no Brasil será totalmente diferente.

Oxente, mulher! Como assim? Mostre-me, então!

Respondeu ela: pois não! Veja como vai ficar a poesia “No Meio do Caminho” de Carlos Drummond de Andrade depois da última flor do lácio despetalada

“No Meio do Caminho”
de Carlos Drummond de Andrade
“Gênere Neutre.”
( Adaptação: Laís Honório)

“Ne meie do caminhe tinhe ume pedre”
Tinhe ume pedre ne meie de caminhe”
“tinhe ume pedre”
“Ne meie de caminhe tinhe ume pedre”
Nunca me esquecerei desse “Acontecimente”
“Ne vide de minhes retines tão fatigades”
Nunca me esquecerei que “Ne meie de caminhe
tinhe ume pedre”
“Tinhe um pedre ne meie de caminhe”
“Ne meie de caminhe tinhe ume pedre”

Cremdeuspai! Cruz Credo! Deus é mais! Ficou feio demais! Falei virado na seiscentas.

E a bela e inculta vidente, tranquilamente, respondeu: fazer o quê, né? Se querem assim, que assim seja