Algozes de si mesmos

4G4TXMKOs responsáveis pela tragédia em Mariana são os moradores das imediações do Rio Doce, as próprias vítimas da tragédia. Como permitir a construção de duas barragens de lama contamina na cabeceira do Rio? Qual a barragem que não corre o iminente risco de se arrebentar a qualquer hora? Qual? Aconteceu agora, mas poderia ter acontecido ante ou acontecer depois.

Se foi construído pelo homem, é imperfeita como o homem. Quais os motivos que levaram os moradores a aceitarem os argumentos das empresas e dos políticos de que as barragens eram inquebrantáveis? E o que que custava ter fiscalizado?

O Rio Doce… já era! Será pavimento pela lama podre, contaminada de metal pesado. Nem os milagreiros: Rede Globo e Sebastião Salgado conseguirão salvá-lo. Perdeu, como dizem os bandidos cariocas. A capacidade que a natureza tem de se reorganizar tem limite, catástrofe é provocada  por excesso de imbecilidade humana, a natureza encontra dificuldade de se recompor.

O que aconteceu ficou parecendo que o Rio Doce não tinha nenhuma serventia. Uma coisa inútil, sem nenhum valor. O Rio Doce, realmente, se tivesse algum valor ou fosse assim, tão importante, a população não teria consentido a construção das barragens na cabeceira do rio? Se o Rio Doce tivesse a importância que os ambientalistas e as vítimas da tragédia dizem ter, o povo não teria trocado o Rio Doce por um punhado de empregos.

Somente um povo atrasado, do terceiro mundo, que enxerga essa atividade de mineração como progresso. Não pode ser visto como progresso uma atividade que coloca em risco vida humana, rios e mar.

O povo ribeirinho paga pelo excesso de confiança nos engravatados. Os políticos querem o poder, os empresários lucro, para eles, pouco importa o meio ambiente.

Não basta ter fé, tem que fiscalizar e isso não foi feito. Uma desgraça previsível. Um horror evitável!  Uma tragédia anunciada, mas a ambição falou mais alto.

É bíblico! Aqui se faz, aqui se paga! O povo não fez sua parte em repudiar veementemente a construção das bombas relógio na cabeceira do rio, agora paga um preço alto demais.

Que Deus se apiede desse povo em momento tão difícil. Que Deus alivie a dor dessa gente que pecou por excesso de ingenuidade, por excesso de confiança no homem.
Zé William

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Brasileiro da Bahia que gosta de escrever. Escritor/Jornalista que gosta de abordar o cotidiano do seu ângulo de visão.

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