Quer mesmo saber no que estou pensando? Vou dizer! Estou pensando comigo mesmo… que o tempo passou e hoje sou o futuro de mim mesmo. O futuro de um cabra cético em relação a tudo e a todos: de livros, de minhas conclusões, até de meus pensamentos, mas não adiantou muito não, na minha bagagem de experiência acumulei o que todos acumularam: ganância, inveja, ciúmes, usura, individualismo, muita superstição, uma necessidade de acreditar num Deus e um desejo enorme de adorar um santo.
O tempo passou e não consegui me libertar dos medos, da solidão, do sofrimento, da angustia, da ansiedade e pago um preço alto. Sei que a minha experiência de vida me deu grandes conhecimentos: como nos vender uns aos outros, como explorar uns aos outros, ser falso sem culpa, mentir deslavadamente e outras espertezas da vida. Até fingir ser importante aprendi, não sei se alguém acreditou.
Agora estou pensado o que serei no futuro do meu futuro. A resposta, que passei à vida toda evitando, veio à tona: serei a mesma porcaria que fui a vida inteira, com pouquíssimas mudanças, porque eu nunca me dei ao trabalho de examinar com profundidade, com agudeza a razão do medo, da mágoa, da dor, do prazer, daquilo que considero conhecimento e de todas as experiências acumulada por milhões e milhões de anos pelos nossos ancestrais, encasquetadas na minha cabeça, na minha consciência. Bem, por hoje, chega! Agora vou encher a pança de “amplictil” e ir tentar dormir, para não ver os butres da madrugada me engarguelarem à noite inteira.
Boa noite, vá dormir, se não conseguir dê “amplictil” para seus abutres também.
Amém?