Cuba trabalha para restabelecer o serviço elétrico após segundo colapso da rede
Por Dave Sherwood
O governo de Cuba disse que estava trabalhando novamente para restabelecer o serviço elétrico em toda a ilha depois que a mídia estatal noticiou no sábado que a rede nacional havia entrado em colapso pela segunda vez em 24 horas.

O principal funcionário do setor elétrico do país, Lázaro Guerra, disse em um noticiário matinal na TV que outro problema na rede elétrica no oeste de Cuba forçou os técnicos a começar de novo a conexão de três importantes usinas de energia ao sistema, paralisando temporariamente o progresso.
“Não posso garantir que seremos capazes de concluir a vinculação do sistema hoje, mas estimamos que deve haver um progresso importante hoje”, disse Guerra.
Pouco antes da declaração de Guerra, o CubaDebate, um dos meios de comunicação estatais da ilha, disse que a operadora da rede, UNE, havia relatado uma “desconexão total do sistema eletroenergético nacional”.
Guerra não confirmou diretamente o colapso total, deixando alguma confusão sobre o que exatamente havia ocorrido.
A rede elétrica de Cuba falhou pela primeira vez por volta do meio-dia de sexta-feira, depois que uma das maiores usinas de energia da ilha foi desligada, deixando mais de 10 milhões de pessoas sem energia repentinamente.
Mesmo antes do colapso da rede, uma escassez de energia na sexta-feira forçou o governo comunista de Cuba a mandar funcionários públicos não essenciais para casa e cancelar aulas para crianças, na tentativa de conservar combustível para geração.
Mas as luzes começaram a piscar em alguns pontos espalhados pela ilha no início da noite de sexta-feira, oferecendo alguma esperança de que a energia seria restaurada.
O governo cubano atribuiu as semanas de apagões cada vez piores — geralmente de 10 a 20 horas por dia em grande parte da ilha — à deterioração da infraestrutura, à escassez de combustível e ao aumento da demanda.
Os ventos fortes que começaram com o furacão Milton na semana passada também complicaram a capacidade da ilha de transportar combustível escasso de barcos para o mar para abastecer suas usinas de energia, disseram autoridades.
As entregas de combustível para a ilha caíram significativamente este ano, já que Venezuela, Rússia e México, antes fornecedores importantes, reduziram suas exportações para Cuba.
A Venezuela, seu principal aliado, cortou pela metade suas entregas de combustível subsidiado para Cuba neste ano, forçando a ilha a procurar em outro lugar petróleo muito mais caro no mercado à vista.
O governo cubano também culpa o embargo comercial dos EUA, bem como as sanções do então presidente Donald Trump, pelas dificuldades contínuas na aquisição de combustível e peças de reposição para operar e manter suas usinas movidas a petróleo.
Os Estados Unidos negaram na sexta-feira qualquer papel no colapso da rede elétrica em Cuba.