Temer abre mão de R$ 56 bilhões por apoio à reforma da Previdência

Não se sabe se Temer fica ou sai, depois desse escândalo dos áudios. A reforma da Previdência está  parada e continuará assim até a solução desse impasse: se ele permanece ou não no cargo, é outra história. Independente  do que vai acontecer,  Temer, feito uma mãezona, andou distribuindo dinheiro do povo  para conseguir  apoio de parlamentares para aprovação da reforma da Previdência, que andou sofrendo  resistência no Congresso devido à desaprovação popular. Base e oposição divergem sobre efeitos. Se já não estava bom antes, agora, depois do escândalo pode piorar. 

Há um ano, Michel Temer (PMDB) assumia a Presidência da República com discurso de austeridade fiscal. Passados doze meses, o Palácio do Planalto abre mão, por hora, de pelo menos R$ 56 bilhões em estratégia para aprovação da Reforma da Previdência no Congresso Nacional.

Cerca de R$ 26 bilhões dizem respeito ao parcelamento de dívidas de ruralistas do Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural) em até 20 anos, os outros R$ 30 bilhões são referentes ao retardamento do pagamento das prefeituras da dívida com a Previdência Social em até 16 anos.

As medidas são no intuito de obter o apoio da bancada ruralista e dos prefeitos na votação da reforma na Câmara dos Deputados e, na sequência, no Senado. Pelo menos três mil prefeituras deverão ser beneficiadas.

“O que mais me agrada neste momento é que eu posso assinar essa medida provisória com o parcelamento em 200 meses do débito previdenciário e, convenhamos, não é apenas parcelar, reduzimos 25% dos encargos, reduzimos 25% da multa e 80% dos juros. É algo que visa exatamente a este caminho: do fortalecimento da Federação”, disse Temer.

A declaração foi feita durante a cerimônia de abertura da 20ª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios. O evento, que reúne gestores municipais todos os anos para apresentar demandas aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, vai até amanhã.

Congresso

Na Câmara, a ofensiva do governo é no corpo a corpo como forma de convencimento para aprovação do texto que passou com certa tranquilidade pela Comissão Especial.

O líder da oposição, deputado José Guimarães (PT), criticou as medidas fiscais do governo e chamou o parcelamento da dívida das Prefeituras de “demagogia”. “Esse é o governo da farra fiscal. Arrocha para o pequeno e libera geral para os grandes”, disse.

De acordo com o petista, as medidas de Temer não devem garantir a aprovação do texto no Congresso. “Se tivessem os votos, votariam na semana que vem”, diz.

Já o deputado Danilo Forte (PSB) aponta que seu partido, que havia fechado questão contra a matéria, pode ter mais integrantes votando com o governo. A declaração do governador de Pernambuco, Paulo Câmara, de apoio às reformas, segundo o deputado, podem influenciar seus correligionários a apoiar a pauta. “Eu acho que estão começando a entender que as reformas são importantes para mudar essa situação”.
Fonte:(http://www.opovo.com.br/jornal/politica)

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