Rio se transformou num Brasil de primeiro mundo na Vila Olímpica. Não havia pivete, assaltante, MST queimando pneu, tiro, bala perdida… não havia nada disso.
A Vila Olímpica se transformou num Brasil diferente, de miscigenação diferente de povos: branco, alvo, galego, louro e amarelo. A prosa travada era num plurilingüismo lascado. Só faltou mesmo o tupi-guarani. A família numa felicidade medonha, não tava nem aí para o preço dos ingressos, para a despesa de hotel. Ninguém reclamava do custo de vida, do preço do feijão, da inflação.
As mulheres nos trinques. Mais arrumadas que apresentadora de televisão. Empetelecadas dos pés à cabeça, ostentando bolsa cara de couro, sem um pingo de medo de ladrão. Os homens enfiados numa malha fitness fashion, exibia seu pisante invocado da nike.
Um Brasil mais bom que a Suíça, mais melhor que a terra prometida. Tudo era festa, tudo era alegria. Afora quanto Neymar faz gol, nunca vi o povo mais feliz.
O Brasil sonhando por todos nós. O país “Vila Olímpica” mostrado na televisão não havia pobre, exceto as camareiras estupradas e os medalhistas: Robson Conceição, Rafaela Silva e Erlon De Souza que também é Silva.
Amém?