Brasil está ‘festejando à beira do precipício’, diz ‘The Economist’

Revista aponta confluência de problemas de saúde, político e econômico às vésperas do carnaval.
1-29-2016-4-14-17-PM-4548547

RIO – O Brasil voltou a ser assunto de uma reportagem da edição da revista britânica “The Economist” para as Américas. Intitulado “Festejando à beira do precipício”, o texto fala da pausa que a população costuma fazer durante o carnaval. E lembra que os políticos voltarão do recesso de fim de ano poucos dias antes do feriado começar, ou seja, os trabalhos só devem ser de fato retomados após o fim da folia.
Para a publicação, nem a presidente Dilma Rousseff nem os congressistas vão conseguir relaxar, já que o país enfrenta dois sérios problemas: o vírus zika e a piora das crises econômica e política. “Quando os políticos retornarem ao trabalhos eles podem se arrepender do tempo que passaram sem tentar resolvê-los”, afirma a reportagem.
A publicação cita a queda das vagas no mercado formal de trabalho em 2015, a projeção de mais perdas para este ano e a forte retração das vendas de automóveis como parte dos indícios do agravamento do cenário econômico brasileiro. E ressalta que para as gerações mais novas, o desemprego é uma novidade. E que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que é sociólogo, alerta que não se sabe como esses jovens vão reagir a esse revés.

De acordo com a “Economist”, a capacidade do governo de lidar com as causas da miséria diminui, enquanto esse mal cresce. A reportagem fala ainda das investigações sobre a corrupção na Petrobras, afirmando que espera-se que mais membros do PT sejam acusados.

A revista lembra a ameaça de impeachment e alega que a falta de força de Dilma a torna “mais dependente da boa vontade do PT e de sindicatos aninhados a ele, que se opõem visceralmente às reformas necessárias para firmar a economia”.
A reportagem termina dizendo que há pouca perspectiva de que, ao voltar do recesso, os legisladores tomarão medidas que possam ajudar a melhorar o cenário atual. Segundo a publicação, os interessados no impeachment da presidente admitem que dificilmente conseguirão os votos necessários para levar o caso ao Senado, mas planejam esticar o processo por tanto tempo quanto os “(vagos) prazos legais permitam”. “Isso vai atingir o objetivo deles de minar a presidente. Isso não vai fazer nada para melhorar o Brasil”, conclui.

Fonte: www.globo.com

About José William Vieira

View all Posts

Brasileiro da Bahia que gosta de escrever. Escritor/Jornalista que gosta de abordar o cotidiano do seu ângulo de visão.

Deixe um comentário

Pular para a barra de ferramentas