Na Uesb, trote é proibido desde 2008

TroteA tradição medieval do trote, revestida da justificativa falha de “ritual de passagem”, ainda é uma das grandes preocupações das universidades brasileiras. Com origem na Idade Média, a prática chegou ao Brasil por volta do século 19, quando formados em Direito na cidade de Coimbra (Portugal) trouxeram a prática para os cursos de São Paulo e Pernambuco.

O próprio termo “trote” é uma alusão ao movimento de trotar dos cavalos, evidenciando, claramente, o desejo de “domesticar” que os estudantes mais antigos desenvolvem, por meio de práticas vexatórias e dolorosas, com os recém-chegados. Mas essas práticas vão além dos danos físicos e costumam também causar danos psicológicos em diversos estudantes que estão iniciando sua vida acadêmica.

Na Uesb, trote é proibido
Desde 2008, a Uesb proíbe qualquer prática de trote – das mais brandas, como usar tinta para identificar os novos estudantes, até as mais duras, que ferem a integridade física, moral e psicoemocional. A determinação pode ser conferida na Resolução do Consu 07/2008, fruto de uma ação conjunta da Universidade no sentido de inibir essa prática.

Há um ano e meio, a Pró-Reitoria de Graduação (Prograd), em parceria com o Programa de Assistência Estudantil (Prae), os colegiados dos cursos de graduação e as representações estudantis, tem buscado discutir sobre o assunto e, sobretudo, impedir que o trote aconteça nos três campi da Uesb. “Entendemos [o trote] como uma prática de subjugar o outro, como uma violência que em nada combina com uma universidade, com um processo educativo, com a formação de uma consciência cidadã, que respeita a condição do outro”, defende a professora Talamira Taíta Rodrigues, pró-reitora de Graduação da Uesb.

Ações educativas, como palestras e momentos de integração, juntamente às ações informativas em meios de massa (rádios, TVs, site, mídias sociais, entre outros) fazem parte das atividades de conscientização realizadas nos últimos anos, que buscam evitar a prática no momento de recepção. Porém, caso o estudante recém-chegado sofra com alguma ação que fira sua integridade de qualquer forma, é necessário que ele procure seu colegiado ou a Assessoria Acadêmica do campus e denuncie o agressor. A denúncia será enviada para a Prograd, que tomará as providências cabíveis segundo a Resolução da Instituição.

por Patrick Moraes
Fonte:http://www.uesb.br/ascom/ver_noticia_.asp?id=12432

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