Morre o campeão da sinuca que dava vida ao esporte com suas jogadas de efeito e precisão cirúrgica nas tacadas. Iguaí, como era conhecido, por ser iguaiense, se movimentava ao redor da mesa com passos rápidos, não perdia muito tempo matutando o que ia fazer, já tinha o caminho inteiro da partida traçado na cabeça. Com o taco em punho e muita precisão fazia a caçapa engolir as bolas coloridas e sempre deixando a bola branca em posição perfeita para o próximo lance.
No pano verde, iguaí era implacável com seus adversários. Jogadas ousadas e efeito desconcertante levantava a torcida que pedia mais. Apesar de tanta habilidade para a sinuca, Iguaí não vivia deste esporte, era motorista de ônibus-urbano por profissão, mas sempre achava tempo participar de campeonato e encantar a torcida.
Iguaí, o velho guerreiro, melhor jogador de Vitória da Conquista e região morreu nesta sexta-feira, 10 de agosto, deixando a sinuca de luto.
O célebre sinuquista iguaiense vai fazer falta, pelas jogadas ousadas, pelos efeitos na branca e pelo seu carisma. Nossos sinceros sentimentos aos familiares e amigos.
Sinuca, um esporte técnico que exige cálculos precisos e muita destreza, foi estigmatizado pela sociedade como esporte de malandro e desocupado. Nunca recebeu apoio do governo, empresas ou outro segmento. A Rede Bandeirante de televisão na década de oitenta, ao transmitir campeonato de sinuca, ajudou a desmistificar essa imagem. Mas tudo pode mudar, no dia em que a sinuca se tornar numa modalidade olímpica.
(Zé William)