Quando tenho tempo vou à rua sem nenhum compromisso agendado, vou para não fazer nada, apenas observar o pulsar da cidade e o comportamento das pessoas. Como não tenho dinheiro para viagens continentais, limito-me à praça Barão do Rio Branco. No miolo da cidade observo o fluxo e refluxo das pessoas. Da última vez, entre os transeuntes, percebi muitos doidos pra cima e pra baixo, com a bíblia na mão a usar o nome de Jesus em tudo que dizia; pensei: mais uma vítima da igreja. Pessoas modestas, de vida simples, sem maturidade intelectual para metabolizar regras, preceitos, normas religiosas, as velhas doutrinas cristãs, e acabam perdendo o discernimento do que seja pecado, do que não pecado e acaba adoecendo da cabeça, e cai em desgraça espiritual. A estrutura da nossa sociedade se transformou numa máquina de produzir doido e as religiões colaboram nesse processo. Recentemente, um co-piloto jogou o avião nos Alpes franceses, e o motivo foi a loucura. Agora, em São Paulo, outro maluco explode o próprio apartamento, colocando em risco todos os moradores do prédio. Conclusão; ninguém faz uma reflexão para saber se é isso que esperamos da sociedade, se é esse o caminho do progresso, o caminho da evolução. A cada dia que passa perdemos a segurança física, o mínimo que poderíamos esperar da organização social, o mínimo que o estado poderia oferece, mas, em circunstância como essa, tanto o estado quando a sociedade nada podem fazer. É isso!